Por decisão da direção da Empresa, a ADCAP, apesar de ser considerada pelo STF como associação com representação nacional, não participa das discussões alusivas ao acordo coletivo. Mesmo assim, a associação tem acompanhado com atenção as informações a respeito da evolução das discussões em curso com as duas federações e, neste final de semana, teve informalmente conhecimento da proposta apresentada pela Empresa na última sexta-feira.
Numa primeira leitura da proposta de acordo http://issuu.com/federacaootrabalhadorescorreios/docs/proposta_da_ect_para_o_acordo_colet/0 , a direção da ADCAP fez as seguintes constatações que são agora compartilhadas com os associados:
1. A proposta de acordo prejudica os profissionais que exercem função de confiança na Empresa, englobando englobando supervisores, chefes de agências, chefes de CDDs, de unidades de tratamento e todos os milhares de detentores de função, já que o percentual de correção proposto (6,5%), índice de mera reposição da inflação, seria aplicado apenas sobre a tabela de salários, dentro da referencia salarial de cada empregado. Mais uma vez o descompromisso da direção da Empresa vem materializado numa medida que desvaloriza os profissionais que estão designados para funções técnicas e de liderança de alta responsabilidade. Medidas como esta só reforçam a falta de reconhecimento que a atual diretoria tem pelas lideranças da Empresa e também pelo pessoal mais experiente, com mais tempo de casa, além de promover ainda mais fragilização da organização, submetida cada vez mais a interesses nitidamente político-partidários e ideológicos.
2. Da mesma forma, com grande criatividade, a diretoria transforma um índice de mera reposição de inflação em uma gratificação sem reflexos nas demais verbas (IGQP e anuênios, por exemplo), o que reduz, na prática, a remuneração de milhares de trabalhadores, que não terão sequer a reposição da inflação.
3. Em uma mistura conceitos, a proposta traz um reajuste que deveria ser tratado como simples reposição de inflação (que é realmente sua formulação) transmutado numa gratificação que só será incorporada aos salários no futuro, a partir de lucros que a ECT venha a apresentar – uma espécie de remuneração variável criada ao arrepio da lei e de forma disfarçada e tosca; trata-se de uma inovação que só fará mal aos trabalhadores, já que é sabido por todos que a direção da Empresa conseguiu a proeza de levar a ECT de um lucro anual na ordem de R$ 1 bilhão de reais há dois anos, para prejuízos que podem chegar em 2014 a centenas de milhões de reais; o que o trabalhador pode fazer sobre isso se a causa está na gestão da Empresa">POSTALIS – Indicação de novo Diretor 10 de agosto de 2015